A origem do dia mundial do trabalhador
No dia 1 de Maio de 1886, milhares de trabalhadores saíram ás ruas de Chicago em manifestação contra a redução da carga horária para 8 horas diárias, o que levou à convocação de uma greve-geral em todos os Estados Unidos.
Os dias que se seguiram foram tudo menos calmos, tendo a policia morto, no dia 3, alguns manifestantes.
No dia 4, numa outra manifestação, foi lançada uma bomba por desconhecidos para o meio dos polícias que dispersavam a multidão. Morreram sete agentes em consequência da explosão.
A polícia abriu então fogo sobre os manifestantes, matando doze pessoas e ferindo outras dezenas.
Tais acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Por causa destes e dos adicionais incidentes em França ( a 1 de Maio de 1891, dez trabalhadores/manifestantes foram abatidos pela policia), foi proclamado em Bruxelas, dia 1 de Maio como O dia internacional do trabalhador; um dia de reivindicação de condições laborais.
Este ano, em Portugal, a celebração ficou marcada pela participação dos trabalhadores da indústria do sexo.
"Prostituição é trabalho sexual. Trabalho sexual é trabalho!" - Foram as palavras de ordem de quem quer ver a sua profissão, de uma vez por todas, legislada.
Vestiram-se de vermelho e distribuíram preservativos do Martim Moniz a Alameda. Integrados no movimento das Panteras Rosa e da UMAR, querem ser reconhecidos como pessoas e como trabalhadores do sexo.
No nosso país, a prostituição entre adultos não constitui um crime por si só, não havendo nenhuma lei que a regularize, é uma prática "tolerada". Existem no entanto, penas pela recolha de lucro através da prostituição de terceiros.
Resumindo; a legislação visa apenas impedir a prostituição forçada e o tráfico humano, nada faz para assegurar o bem estar da maioria, mantendo-os á margem da lei e da sociedade. A mesma sociedade que sustenta a prática com milhões de euros anuais, milhões, que por causa do tal "furo" na constituição, acabam nas mãos daqueles que estamos a tentar punir.