domingo, 28 de fevereiro de 2010

Brothers Lisboa Santos

Lágrimas- O disco que revelou, em 2009, duas das mais promitentes vozes angolanas.

Embora residentes na Bélgica, local onde foi gravado o disco em português, inglês e francês, os artistas não deixaram de se rodear de ritmos africanos, mantendo-se fiéis e a um estilo e swing muito nossos.

Deixo aqui o vídeo "I Want To Be Happy". Este, serviu de lançamento do álbum e catapultou a carreira dos dois irmãos, que contam já com dois dos seus singles tocados numa produção cinematográfica.

Deixo também parte da música "Fui Eu" retirada do disco de colaboração LÉS.

I Want To Be Happy


Fui Eu

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sicko

Vi este documentário já há algum tempo, lembrei-me hoje de o postar aqui depois de ver outro que também falava, apesar de não ser do americano, sobre sistemas de saúde.

Escolhi Sicko pela sua crueza. Michael Moore, levemente sensacionalista mas ainda assim, cru.
América- que se auto-considera o país da liberdade e respeito pela vida, é exposta neste filme como tendo um dos mais desumanos sistemas de saúde do mundo ocidental.

O que mais choca no documentário, é o facto de não se tratar de qualquer país do ocidente, trata-se do mais rico. Como é possível assistir, anualmente, numa das nações mais ricas do mundo, a cerca de 18 mil mortes por falta de seguro?

Após ver os dois documentários, perguntei-me se o nosso problema enquanto sociedade mundial, é o sistema monetário.
A resposta mais fácil seria- sim.
No nosso mundo, com o nosso sistema, pessoas morrem de pobreza.
Mas será mesmo isso?

A América conta com 3oo milhões de habitantes, de certo nem todos contribuintes, mas ainda assim, milhões. Na América morre-se por falta de seguro de saúde, porque o sistema assim é. O mesmo sistema que paga a cada soldado alistado perto de um milhão de dólares.

A França tem 64.5 milhões, pelas minhas contas, menos 235.5 milhões de habitantes que a América. E claro, nem todos são contribuintes.
Em França, assistência médica é gratuita.

Então mais uma vez; enquanto humanidade (e aqui não podem contar diferentes politicas, socialismos e imperialismos- falamos de vidas humanas, direitos básicos) será o nosso maior problema monetário?

Sicko pt1 Legendado

O Mor Negro

Criei este blog, o que exigiu muita energia e força de vontade da minha parte. Consequentemente, a mais sublime inteligência e o humor requintado juntaram-se e, após uma breve discussão resolveram não entrar.
Ainda assim, decidi e empenhei-me ao criar esta página de qualidade. Ok de qualidade também não digo mas é bastante agradável. Ou um pouco agradável.
Bom duma maneira muito particular.

Isto para dizer que, como método de elevação deste, já por si prodigioso, vou pesquisando e analisando outros blogs (eu sei, sou uma revolucionária destemida. Mais ninguém ousaria ir tão longe).
E foi numa dessas minhas impetuosas pesquisas onde encontrei o blog "O Mor Negro" (que por mera coincidência me tinha sido recomendado), e gostei muito.

Adorei a sensibilidade do autor, passo a citar- Alberto Monteiro.
Encantou-me a forma com que transforma um acontecimento quotidiano e aparentemente banal, em algo digno de um livro de banda desenhada, com direito a herói e tudo.

Um blog fresco com vibe de descontracção e muito senso de humor.
Então, em homenagem ao mesmo, aqui ficam o meu texto e props.
Deixo também o link para quem queira passar por lá.

http://omornegro.blogspot.com/

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Malcom x

Vi ontem o filme Malcom X e ponho aqui este excerto em vez do trailer porque, mais do que apresentar e explicar do que se trata, coisa que obviamente todos sabemos, aborda questões que foram por nós, discutidas e comentadas no texto Nós e o Nosso Complexo de Inferioridade. Nomeadamente a do "Negro da casa"-
Aquele que aceitaria a sua condição de inferioridade, e que, mesmo liberto fisicamente, convive com um sentimento que o diminui. Aborda também a questão dos nossos sobrenomes (que nunca foram nossos, mas sim outrora impostos a nós).

Acho que o excerto, apesar de não ser o trailer, se mantém fiel e reflecte bem a vibe do filme. Vai certamente incentivar-vos a ver ou rever uma grande biografia referente á nossa história.

Um filme de Spike Lee, que nos deu a conhecer o primeiro grande papel de Denzel Washington como protagonista. Entre outras, valeu-lhe uma nomeação da academia para Melhor Actor.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Muito bons

Davy Sicard- Ex membro do grupo "College Brothers" dos anos 90, lançou o seu primeiro trabalho a solo Ker Volkan em 2003, deste então conta com mais dois álbuns; Ker Maron (onde se pode encontrar o tema "Maloya Kabosé") e Kabar. Ambos produzidos pela Up Music.


Davy Sicard - Maloya kabosé
Enviado por paleopale. - Veja mais vídeos de musica, em HD!

Corneille- O ruandês esteve ligado á musica desde cedo. Participou numa compilação de R&B para a Sony Music em 2002, ano em que lançou o seu primeiro album; Parce qu'on vient de loin que conta com o single "Seul Au Monde". Desde então, trabalhou com artistas como Craig David, e lançou mais dois albuns; Les marchands de rêves e The Birth Of Cornelius.


Corneille - seul au monde
Enviado por djoik. - Buscar outros videos de Musica.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Abusos Sexuais e o Vaticano

Foi hoje divulgada a notícia de que o papa João Bento XVI se reuniu com os bispos e arcebispos irlandeses com a intenção de investigar inúmeras queixas de abuso sexual contra crianças.
As contestações, subsistidas sob sigilo durante os últimos 50 anos, foram oficialmente reconhecidas pelo Vaticano e examinadas pelo papa.

Nada tenho contra a igreja católica, aliás, não seria justo nem inteligente julgar uma instituição inteira baseada em comportamentos de uma minoria.
O que me incomoda é a impunidade de que aparentemente goza a ordem.
Apesar do secretismo que as ladeava, algumas das acusações eram já conhecidas por muita gente e claro, reivindicadas pelas vítimas. Porquê, e como é que se permitiu uma demora de 50 anos para o reconhecimento?
Nos E.U., como poderão ver no vídeo, foi criada uma espécie de polícia especializada em investigação de abusos por parte da igreja católica.
Acontece que se trata de uma das maiores, mais antigas e protegidas instituições do mundo. A maior parte dos casos acabaram por ser "arquivados".

No documentário que se segue, são relatados crimes e as "leis papais" que os mantiveram igualmente confidenciais durante décadas.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

E para os ingênuos que acreditam que a vida, não deteriorada o suficiente, ficaria melhor se partilhada com outro miserável qualquer...

:) A linda voz de Sara Tavares.



Nha Cretcheu Keidje....

Dia de S. Valentin- Hoje tive que sair de casa. Não sou uma pessoa de odiar mas...lol

Este video vai para todas as minhas sisters, lindas, got it goin on, solteiras que hoje sentiram que o mundo se juntou só para irritar.
- Aquelas amásias a desfilar com o seu ramo de flores (alguns bem feios por sinal), os restaurantes cheios de quem não tem nada melhor para fazer do seu domingo (está frio, porquê que não ficaram em casa?), aqueles casaizinhos de mãos dadas tipo o outro vai fugir (ainda não percebi porquê que as pessoas andam de mão dada, aposto que em casa não se tocam), aquelas lojas com cartazes do tipo: -Se não entras aqui para comprar algo fofo...single bitch, you aint shit!
Anyway, o video.:)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Nós e o Nosso Complexo de Inferioridade

Começo por dizer que sou orgulhosamente angolana, o que me confere não apenas legitimidade, mas também o dever de falar sobre isto – sim, acabei de inventar tal lei; o ser humano possui o direito e a moral de criticar o país de origem, bem como os seus patrícios sem que estes lhe caiam em cima.

Posto isso, passo a confessar que muito me entristece a doença de que padece parte dos angolanos, eu diria africanos em geral ,mas como não tenho imunidade com os outros países, fico-me só por Angola.

Fomos propriedade portuguesa durante muito tempo, isso é um factor a levar em conta, é certo que não podemos esquecer os anos de guerra colonial e civil, compreende-se que num país com tantos recursos naturais se forme uma espécie de elite que retém grande parte dos bens; tudo isto contribui para uma sociedade com baixa auto-estima.

Mas, o que também compreendo e mais me intriga, é que os doentes não são aqueles que presenciaram a guerra e cujo lhes foi imposta submissão.
Os mais combalidos são os que passaram algum tempo, estudaram ou mesmo cresceram no exterior e hoje voltam para Angola.

Nunca desvalorizando o nosso esforço, não posso deixar de me exprimir acerca de algo que me parece inegável, importante, e do qual aparentemente não queremos falar. Refiro-me ao sentimento de que nunca somos bons o suficiente, de que os brancos são sempre superiores, de que uma empresa boa é composta maioritariamente por brancos, um “bom partido” tem B.I. amarelo, um bebé bonito é de certo mulato, para sermos educados temos que forjar um sotaque português....... (sabemos que esta lista podia ir para sempre).

É impressionante, nós somos os primeiros a fazer esse tipo distinções.
Antes de nos diminuírem, já nos colocamos em posição inferior.

Mais uma vez, escrevo isto porque me entristece e estou farta de ouvir “as tias” dizer para arranjar um homem que não atrase a raça, estou farta de ver amigas minhas “atrás de filhos com caracóis”, estou muito farta de ver TPA com aquelas senhoras quase a partir o maxilar para serem finas, etc.

Manos, foi um caminho tão longo e sofrido, porquê que não conseguimos agora honrar isso?
Para quê lutar tanto tempo por igualdade, se agora somos nós que não nos conseguimos sentir á altura?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Ciência do Mal

Há dias tive uma "discussão" com a minha mana Symo sobre maldade. Será que existem pessoas meramente más?
Se partindo do princípio que sim, essa maldade já nasce connosco ou é consequência de um ou vários factores?
E se partindo do princípio que não,será a maldade extrema e sem remorsos um indício de loucura?
Vi este documentário que aborda exactamente isso...Gostei muito.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Caso Watergate "a acção jornalística do século".

Este caso foi um dos mais falados de todos os tempos pelo seu conteúdo escandaloso.
Envolvia supostamente pessoas de poder, ocupantes de altos cargos políticos, e destes esperava-se rectidão. O desenrolar do caso foi igualmente apelativo, resultando na renúncia do então presidente americano.
Pelo carácter da noticia, a veracidade e especificidade da informação divulgada foram cruciais. Logo, sem o talento, persistência, alta disciplina e sem dúvida coragem dois jornalistas (Woodward e Bernstein) a história, se uma vez com informações contraditórias ou distorcidas, seria facilmente desvalorizada e até posta em causa.
A divulgação deste caso serviu de inspiração para o tão conhecido filme Todos Os Homens Do Presidente, obra de referência para qualquer estudante de jornalismo, principalmente se na área de investigação.

Trailer

Gay marriage - Concordo loll

A música é linda. A actuação é poderosa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Casamento entre Pessoas do Mesmo Sexo e o Direito De Adopção por esses Casais.

Foi ao ler uma das edições da revista Focus, que me deparei com uma frase escrita a negrito cujo podia ler-se o seguinte: “Gays impedidos de dar sangue”.Na mesma página encontrava-se então o corpo da notícia e a respectiva discussão por parte dos leitores.
Apesar de inconstitucional e só há pouco admitida pelo ministério da saúde, trata-se de uma notícia real. No acto de doação, é feito um inquérito ao candidato afim determinar se este é ou não um dador de risco(no que toca a DST`s como o HIV). A orientação sexual “certa” é crucial. Isto faria sentido não fosse pelo facto de que estatisticamente os “grupos de risco” não são os homossexuais mas sim heterossexuais na casa dos vinte, e de que todo o sangue é obrigatoriamente testado antes de qualquer administração.
Posto isto, fico com uma dúvida: Em que se baseia esta regra?

Somos um Portugal de raiz católico-cristão, os nossos valores culturais direcionam-nos para o casamento e procriação, a homossexualidade é sem dúvida algo que desafia profundamente a nossa educação. A simples aceitação pública foi complicada e gradual. Criaram-se mitos de dificílima dissipação porque o conceito de homossexualidade foi, e é, por efeito do hábito, coadunado a promiscuidade. Ser-se promíscuo, aos olhos do Deus cristão, significa levar uma vida de pecado, neste caso, o da luxuria; o mais grave dos sete vícios capitais e do qual se extrai preverção suficiente para se perder o lugar no paraíso eterno.
Todavia, estamos com os pés em 2010, já a maioria de nós vê (genuinamente ou não) a homossexualidade como algo natural. O mesmo não acontece quando se fala de casamento entre pessoas do mesmo sexo; é aqui onde o preconceito é transposto por um conflito maior.


O casamento como o conhecemos, monógamo e heterossexual, foi criado pelo Catolicismo e só então tornado instituição e regulado pelos governos - O chamado casamento civil. As condições deste contrato muito pouco diferem das ideologias cristãs; a união deve ser entre pessoas de sexo oposto, adultério é algo punível e procriação é o objectivo principal, seguindo-se a partilha de bens, etc.
Durante séculos, o casamento não passou de isso mesmo – um contrato feito entre famílias tendo como finalidade o benefício mútuo, fosse este monetário ou social. Na maior parte das vezes os noivos em questão estavam, como é de se esperar, longe de sentir amor um pelo o outro.
Amor, passou a ser um requisito essencial para se casar há relativamente pouco tempo.
Com a possibilidade de regulamentação do casamento gay, os “protectores” da instituição, temem assistir a mudanças radicais na ideologia; este deixará de ser exclusivamente heterossexual e o “tal” objectivo principal deixará de ser a multiplicação. Em adição, a percepção do homossexual como um ser monógamo não é fácil.
Em primeira análise, parece obvio que procriar não pode ser o objectivo de um casal em que ambos são do mesmo sexo, a verdade é que procedimentos como inseminação intra-interina e vertilização in vitro, são já, muitas vezes por infertilidade, uma realidade de muitos portugueses. Isto guia-nos então para o próximo assunto em discussão- Adopção por parte de casais homossexuais.

Imaginemos que um grupo de casais gay, uma vez em pleno exercício de direitos básicos como liberdade e igualdade (em situação de cônjuge),decidem lutar pelo direito á adopção.
O tema da adopção, é de longe mais delicado e complexo do que o do casamento, na medida em que deixa de ser apenas um julgamento moral sobre a escolha de dois adultos, para se reflectir então sobre a vida e desenvolvimento de terceiros (as crianças a adoptar).
Logo, estas questões nem sequer deveriam estar a ser discutidas em simultâneo, como se de uma só se tratasse. O que foi, estrategicamente, feito pelos “defensores do referendo”.
Há países em que o casamento gay é legal sem que a adopção o seja, e há países em que a legislação “chegou” primeiro á adopção, e só depois á união de facto.
É frequentemente argumentado que uma criança separada dos pais biológicos, padecerá de certos traumas e, em muitas situações, de baixa auto-estima, consequentemente pode ser muito penoso para o mesmo, ter de crescer e conviver com o estigma de ser filha/o de homossexuais.
Põe-se também a questão das “figuras modelo”. Certas pessoas defendem que o desenvolvimento normal de uma criança passa, necessariamente, pela sua interacção com uma figura masculina e outra feminina. Sendo ambos os educandos do mesmo sexo, a noção de homem/mulher é desenvolvida de forma distorcida ou mesmo errática.
Apesar das leis actuais proibirem a adopção por parte de casais do mesmo sexo, estas podem ser facilmente contornadas. Suponhamos que me encontro numa relação gay e logo, não posso adoptar juntamente com a minha companheira, nada me impedirá de adoptar “sozinha” e viver, cuidadosamente, com a minha nova família. Igualmente, não há nada que me impeça de engravidar por inseminação artificial ou contratar uma barriga de aluguer.
Presumo então, que neste momento, e apenas sem a protecção da lei, existam já inúmeras famílias “gay”, e não me parece que estatisticamente, as respectivas crianças se desenvolvam de forma menos saudável do que os crescidos dentro do modelo de família convencional, somente por serem filhas/os de homossexuais ou mesmo criadas por mãe e avó, pai e avô, mãe e tia, apenas mãe, pai etc.
E afinal, como podemos nós, por um lado, desejar igualdade, aceitação e progresso se, por outro, concordamos de forma quase unânime que uma criança adoptada por homossexuais será estigmatizada? Por quem exactamente? Estigmas, somos nós, adultos, que os criamos e perpetuamos. As mudanças começam com um e são seguidas por quem, do mesmo modo, realmente quer mudar.